Sinceramente, tem horas que o povo brasileiro me surpreende. E não da melhor maneira. A semana começou apenas hoje (graças a Deus!), mas já foi o suficiente para eu perceber que sim, sinto falta de estar fora desse país.
Acabei indo mais cedo para o metrô (só para não ter que ficar ouvindo as reclamações de minha mãe) e me deparei com o seguinte diálogo entre duas senhorinhas:
_ Eu não votei nele, mas não entendo porque não deixam ele em paz lá. Deixa ele assumir o cargo. Deixa ele cumprir o mandato por quatro anos. O povo não votou nele?!
_ Pois é, eu também não votei no Tiririca, mas já que ele foi eleito, deveria ficar lá. Isso não é uma democracia? Não tem tanta gente que não faz nadalá? Então,seria apenas mais um.
Juro, mas juro de coração, que a minha vontade era de pedir licença e entrar naquela conversa.
_ Licença, a senhora tem filhos? A senhora levaria seu filho para ser tratado por um palhaço (analfabeto, diga-se de passagem) que resolveu trabalhar como médico? Creio que não, né? Não sei a senhora, mas eu não colocaria a vida de um filho, a minha ou de ninguém na mão de um médico que não está preparado. É a mesma coisa lá no Congresso. Eles não são médicos, mas a melhora ou a piora da nossa situação depende deles. Deixar um palhaço numa posição de decidir as coisas por você é assinar um atestado de burrice. Como você vai cobrar melhoria no trânsito, na saúde, na educação, etc se a pessoa que você elegeu não consegue nem ler sua reclamação? O dinheiro que ele poderia investir em todas essas melhorias será gasto, na verdade, com assessores para que estes sim leiam e escrevam, já que o palhaço não é capaz de fazer isso. Ah, já que a senhora defende a "democracia" deste país maravilhoso, não venha abrir a boca para falar que nenhuma das suas reclamações foram atendidas e que a situação aqui só piora. Afina, "por que não deixa ele lá?", não é?
Fiquei puta. Mas achei melhor não me meter na conversa. Coloquei os fones e liguei meu Ipod. O metrô chegou.
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
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