Catando Inquietudes...

sexta-feira, 9 de abril de 2010

E as coisas mudam...

Há um ano e meio atrás estávamos nós duas sentadas naquele mesmo restaurante. A mesa era outra, mas o sanduiche foi o mesmo. Não abro mão do meu mushroom hehe. O vinho dela também era o mesmo.

Mais uma vez estávamos ali para ter uma conversa. Dessa vez bem mais amigável. Sem compromisso. Afinal, eu nem morava mais com ela, nem tão pouco trabalhava para ela mais.

Não que da outra vez tenha sido uma guerra, lembro que falamos até sobre "garotos" hehe. Mas que dessa vez o brilho do olhar dela era mais altivo e que seu tom de voz era uma mistura de suave e humor, isso era sem dúvida.

Papo vai, papo vem, aquele assunto ressurgiu: "a nossa convivência". O papo surgiu no momento em que eu falei das diferenças entre famílias. Comentei que era engraçado porque no momento em morava com ela, o problema era que ela queria TANTO que eu fizesse parte da família que isso nos criou problemas. Mas que agora eu sentia muita falta dessa "coisa de família". Não que eu não goste da minha outra família, ao contrário, adoro eles! Todos. Principalmente meus pestinhas. Mas que sinto falta de ser tratada como "parte da família", isso sinto. Bom, a gente nunca tá satisfeito com o que tem, né? hehe

Mas o que me surpreendeu mesmo foi o comentário dela sobre o momento em que eu morei com ela:

"Ia, we love you so much! Amamos ter você morando com a gente. E tenho que confessar que aprendi muito desde então. A Alicia também é muito reservada. Hoje, depois de quase um ano morando com a gente, agora sim ela se sente mais parte da família. Mas foi difícil para mim no começo. Mesmo com você. Porque para mim, nós íamos ter uma garota de outro país morando com a gente, aprendendo a nossa cultura. Mas eu e o Ben esquecemos que vocês já são expostos à nossa cultura de uma tal forma que vocês não vêm aqui para aprender, mas sim para vivenciar. E eu acabei entendendo que vocês não precisam aprender como a gente janta, por exemplo. Vocês têm tanta coisa para vivenciar aí fora. Isso foi o mais difícil, saber que a geração de vocês é diferente. E além disso, que é normal na cultura de outros países os jovens saírem durante a semana, só que na nossa não é. TAlvez no College, mas ainda assim, de Quinta-feira à Sabado. Mas quando vi a Alicia me pedindo o carro num dia da semana, percebi que isso era normal. E vocês não saem propriamente para beber, fazer coisas doidas nem nada disso. É só mesmo para hang out com os amigos. Além disso, o maior problema que tivemos com você foi a Ilana mesmo. Ela é um porre! Chata mesmo! Problemática!!"


Sabe que foi até um alívio. Mais uma vez o mundo deu a volta e provou que eu não era a errada da história, como minha mãe fez questão de jogar na minha cara. Várias vezes. Viu, a complicada não era eu. Eram as duas. Julie e Ilana. As duas complicadas do meu coração.

Sinto saudade delas....

sexta-feira, 2 de abril de 2010

E em quanto a primaveira ressurge lá fora....

A vida aqui dentro do meu coração tá difícil. Bem difícil. Li no facebook alguém dizer que essa semana parecia interminável. Para mim ela está passando voando. E isso me incomoda. Me deixa triste. Hoje estou calma. Sim, bem mais calma do que Domingo ou segunda-feira passada. Acho que minhas lágrimas secaram de tanto que eu chorei. Exagero, ontem ainda chorei também. Elas não se foram completamente.

Estou mais calma. Acho que a maçã que minha mãe me obrigou a comprar (E A COMER) realmente fez efeito. "É um calmante natural!", diz minha conselheira perita em TODOS os assuntos. Ou pelo menos especialista no assunto "PROBLEMAS DE FILHA".

Mas o fim de semana está aí. Sexta, sábado e domingo para me acabar em lágrimas. Não quero nem pensar em como vai ser a minha segunda-feira. Não quero nem pensar como vai ser o resto da minha estadia aqui...

Minhas palavras pareceram não fazer sentido para certos ouvidos ontem à noite, mas só eu sei o que eu senti quando as disse... "Nada vai ter mais graça agora por aqui..."

Nem a primavera vai ser mais florida como antes...

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Eu me surpreendo comigo mesma à cada aula de fotografia. Entrei no curso não botando fé alguma. Saí da segunda aula certa de que eu estava no lugar errado. Um peixe fora d´água. Dramática? Não. Sim. Quem sabe. Mas não é à toa. Não estava no meio de meros alunos. Estou no meio de profissionais. Fotógrafos que amam o que fazem e ganham a vida através das lentes de suas máquinas. E eu? Uma mera jornalista que gosta de fotografar e, mesmo sem ter técnica alguma, quis ir aprender a interpretar seus cliques. Blá blá blá. A verdade é que foi o curso mais interessante que me apareceu naquele momento. Tá, mas confesso que se tornou interessante ver como meus cliques diziam muito mais do que apenas "Xiiisss".

Se tornou ainda mais interessante ver que, apesar de estar no meio de profissionais, foi o meu trabalho que mais conseguiu atingir a proposta da aula. "Photography as PERSONAL LANGUAGE". Minhas fotos podem até não ter uma qualidade profissional, nem tão pouco a minha máquina ser profissional, mas a leitura, o momento escolhido, o modo escolhido, a sequencia formada foram essenciais para eu estabelecer a minha própria gramática sem letras, a minha narrativa sem palavras, o meu filme sem trilha sonora. Não, não estou me achando não! Todos esses foram comentários que recebi pelos alunos E PELO PROFESSOR, que por sinal não é qualquer pessoa não. Martin Fowler, um fotógrafo renomado, uma enciclopédia ambulante, um cara que conhece tudo e todos quando se trata de ARTE. Desde Sebastião Salgado (Braslieiro, por sinal), até Luis Golzales Palma. Incrível. Cada aula é uma lição de vida.

Na ultima aula aprendi que a persistência é a nossa melhor aliada. Além de ser convidada para fazer a aula de "Retrato" lecionada por ele, ainda me surpreendi ao saber que uma aluna tinha desistido do curso porque achava que não estava conseguindo se enquadrar no padrão do grupo, não estava conseguindo estabelecer sua linguagem através das fotografias. Quem é essa aluna?? Simplesmente uma fotógrafa profissional com estúdio em Downtown Minneapolis E QUE LECIONA na mesma faculdade em que estudo. Ela desistiu. Eu continuo criando minha gramática.

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Eu
me queimo fudidamente enquanto faço brigadeiro caramelado para dar de presente para minha host family na Páscoa! Ninguém merece! A dor de uma queimadura já é foda, imagina então a dor causada por açúcar derretido??? Pois é, fui até a lua e voltei. Resultado 3 dedos queimados. SIM, TRES dedos!!! Isso porque corri (e atropelei o Zander)e coloquei a mão em água fria corrente. Na hora só me veio à mente, "E se Deus me livre isso tivesse pego no bebê??" Não gosto nem de pensar. Meu coração até parou na hora. Só de pensar na dor que ele ia sentir.... Aff.. Coisa ruim... Foi melhor mesmo eu tê-lo atropelado... kkkk

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Eu
fico indignada com propagandas preconceituosas como essa daqui. Mas infelizmente isso não foge da realidade, o pensamento americano é preconceituoso. Principalmente dos homens em relação às mulheres brasileiras. Ridículo. Disgusting.